Existem diversas formas de olhar as características ambientais de uma região, todas elas relacionadas a maneiras próprias de observação e valoração da natureza que, por sua vez, estão referidas a visões de mundo particulares e relações sociais historicamente determinadas. É essa diversidade de perspectivas que pode ser observada entre grupos envolvidos numa atividade educativa, em que cada forma de olhar pressupõe formas específicas de ação muitas vezes discordantes, o que pode vir a afastar os atores envolvidos num mesmo projeto. Partindo desse ponto de vista, a proposta deste trabalho é fazer uma reflexão sobre a relação entre grupos distintos em projetos de Meio Ambiente à luz das diferenças de sistemas simbólicos analisando as dificuldades de se alcançarem resultados e propondo a participação de grupos locais na elaboração e execução de projetos/programas de Meio Ambiente. O que se buscará propor, a partir da observação das diferenças entre saberes e entre o Capital Simbólico das partes envolvidas, é que novos pressupostos metodológicos devem ser orientadores de uma nova ética na educação ambiental, trabalhando esta em dois sentidos: uma valorização de saberes locais e a busca de uma participação mais eficaz de grupos, a partir do conhecimento e troca de outros sistemas simbólicos.
Introdução
Este trabalho se refere à continuação de uma pesquisa antropológica desenvolvida com os jovens da Brigada Mirim Ecológica da Ilha Grande – Ong local que trabalha com jovens “nativos” da Ilha em atividades ambientais – que tinha como objetivo inicial fazer uma análise da relação entre o discurso e a prática desses jovens em relação a meio ambiente e ecologia(1). Como forma de dar continuidade a esta análise, esta pesquisa está hoje sendo desenvolvida no Programa de Pós-Graduação EICOS – Estudos de Comunidades e Ecologia Social do Instituto de Psicologia da UFRJ, e tem como meta fazer, além de uma pesquisa de campo, um levantamento teórico sobre participação e empoderamento comunitário em projetos de meio ambiente à luz dos saberes locais, do capital simbólico e do capital social destas comunidades. Espera-se, a partir do trabalho de campo, definir pressupostos metodológicos que orientem as práticas de programas e projetos de meio ambiente e educação ambiental para sua potencialização, e que, por sua vez, proporcione uma maior participação local de grupos e comunidades em projetos de desenvolvimento sustentável.
O presente trabalho procura fazer uma reflexão da prática de Educação Ambiental, o que pode também ser entendida como uma análise da ética nas práticas educativas à luz da relação entre os saberes dos educadores com os saberes dos educandos. Pretende-se refletir sobre a relação “simbólica” entre a educação ambiental – de maneira geral – com os saberes locais sobre meio ambiente de comunidades e/ou grupos alvos de programas/projetos nesta área e avaliar a importância de se levar em consideração os saberes destes grupos e de seu sistema simbólico.
A Educação Ambiental tem sido percebida como “uma solução” para todos os males, sobretudo para os problemas ambientais e de qualidade de vida local. Desde as conferências mundiais, em especial a Conferência de Tbilisi, que delineou os princípios norteadores da Educação Ambiental, uma postura diretiva tem norteado os métodos educativos, sejam formais ou informais. Uma postura que pretende “levar” a grupos e comunidades os “saberes necessários” a uma prática ambientalmente correta para a relação do homem com a natureza. Essa percepção considera que os “saberes científicos” sobre a natureza e o meio ambiente devem ser “orientadores” da prática da educação ambiental, e mesmo da ética da relação do homem com a natureza.
No entanto, um fato tem contribuído para o distanciamento das relações entre educadores no escopo dos projetos de Educação Ambiental, e para a diminuição da participação dos atores envolvidos no que se refere às práticas ambientais mais próativas de empoderamento político local, que se expressa através da diferença entre sistemas simbólicos – entendidos através do estudo dos códigos, linguagens e saberes locais – que, por sua vez, são orientadores da visão de mundo e das ações dos atores envolvidos nas práticas educativas.
Com base numa observação antropológica desenvolvida sobre as atividades dos jovens da Brigada Mirim Ecológica da Ilha Grande e de sua relação com o projeto de Educação Ambiental “Ilha Jovem”(2), a presente proposta de pesquisa objetiva avaliar o sistema simbólico deste grupo de jovens e como sua “cultura”, em conjunto com o habitus do grupo, “orienta” as ações e práticas relativas à sua relação com o ambiente natural.
Espera-se, com esta pesquisa, analisar a relação entre os saberes locais com a questão ambiental e delinear caminhos e pressupostos metodológicos para projetos futuros com grupos e comunidades locais que potencializem a sua participação e valorize os seus saberes sobre o ambiente natural.
Acredita-se que a Educação Ambiental não deve ser colocada como um instrumento de “enquadramento” da ação sobre o meio ambiente, nem mesmo deve ser vista apenas como um “democratizador” de informações ambientais. A Educação Ambiental pode mais e, partindo do resgate dos saberes locais, pode ir além da reificação estética da natureza e proporcionar verdadeiros espaços de trocas de saberes, em que grupos e comunidades passam a se colocar como atores ativos no espaço territorial que ocupam e dentro das relações sociais da qual fazem parte.
Referencial Teórico
Nem sempre os caminhos percorridos pela Educação Ambiental no Brasil levam em conta as relações dos saberes locais com a natureza, e as características da região onde vivem os grupos envolvidos. Uma proposta nesses moldes costuma privilegiar o saber científico e a visão alarmista dos movimentos ambientalistas em geral, o que acaba por não inserir em suas práticas os problemas e realidades ambientais locais, bem como o “perceber a natureza” dos atores envolvidos nestes programas.
Muito se fala, também, sobre a diversidade cultural brasileira, mas pouco se sabe, de fato, o que representa essa diversidade na “leitura” da natureza. Neste contexto, entender/analisar as formas de apreensão cultural da natureza, em grupos humanos distintos, é entender como estas definem suas ações e até mesmo como elas irão “receber” novas informações e conhecimentos sobre “ecologia e meio ambiente”. Assim, o estudo sobre o sistema simbólico de grupos humanos pode nos apontar para “o como” estes valoram e conhecem o ambiente local, o que acaba por determinar/apontar o sentido de sua ação, e mesmo de sua interação com outros grupos.
O estudo dos Sistemas Simbólicos seria o estudo da maneira como grupos e comunidades estruturam “simbolicamente” seus saberes sobre o ambiente local e como encadeiam, de forma lógica, os fatos, os entendimentos e suas experiências sobre a natureza, o que, por sua vez, aponta para como estes grupos se percebem/entendem e se relacionam com o mundo à sua volta. Em resumo, seria como os indivíduos – participantes de grupos – esquematizam seu entendimento de mundo, relacionando fatos numa cadeia lógica baseada nas suas vivências e experiências.
Um “percurso” pelo país, ou mesmo pelo Rio de Janeiro, pode ilustrar milhões de formas de organização social, costumes, hábitos, festas, formas de relacionamento com a política, com a economia, modos de valorar a vida e a natureza. As comunidades locais se desenvolvem com histórias próprias e criam laços simbólicos com o mundo que as cerca, seja esse mundo físico (natureza) ou simbólico (cultura). Esses laços definem suas formas de agir, e é com os seus saberes constituídos que elas se relacionam com o mundo. Nesse sentido, reconhecer as identidades locais, o ambiente natural, sua inserção no espaço e os sistemas simbólicos que estão em jogo é o que permite fazer uma análise das formas de relacionamento, de modo a propor projetos participativos que possam garantir a sustentabilidade dos ecossistemas e a qualidade de vida das populações sem ferir o seu senso ético, nem ignorar os seus saberes.
Essa reflexão não se restringe somente às comunidades num sentido estrito. É possível pensar também em diversidades culturais quando se trata de grupos, o que pode aprofundar a análise quando se considera que toda “comunidade” é composta por uma diversidade de “grupos”. Dessa forma, se multiplicam as diversidades culturais e se abre um mundo de observação da relação dos homens entre si e com a natureza.
Vale ressaltar ainda que a proposta é de ver uma comunidade além de seu espaço territorial delimitado, de sua administração e de suas características ambientais e culturais, é importante observar o espaço das relações sociais marcado por identidades, conflitos entre grupos, disputas simbólicas, habitus e costumes próprios de seus grupos. No caso da Ilha Grande, cada praia tem uma história, uma marca de identidade que carrega em si modos de vida, códigos e maneiras próprias de valorar a natureza e se relacionar com ela. Se a “questão ambiental” pode aparecer como a grande questão da Ilha, de outro lado, a forma de relação das comunidades locais com a natureza, seus valores e tradições vão desaparecendo num cenário de turismo e especulação imobiliária, no qual o paraíso é reificado tornando-se objeto de uma disputa – entre diferentes segmentos da população, órgãos públicos e entidades diversas da sociedade civil, para marcar “quem entende do paraíso?” (PRADO, 2002).
Como observado, o estudo dos saberes locais, seus sistemas simbólicos e das relações sociais, pode mostrar como grupos e comunidades se relacionam com os temas abordados pela educação ambiental, em escala local. GEERTZ, em seu livro O saber local (1997), ressalta a necessidade de se focar os estudos antropológicos em escala local, sem grandes generalizações de temas e teorias. Em sua abordagem, ele demonstra que os estudos sobre a linguagem podem demonstrar como está construído o senso comum e o quanto ele pode apresentar as culturas destas comunidades. A proposta de se estudar as culturas e o sistema simbólico de grupos distintos em uma comunidade é de tentar entender como estes constroem suas visões de mundo e estruturam sua ação a partir das relações locais.
Em BOURDIEU (1998), encontra-se também o desenvolvimento de temas que definem sua teoria da ação e que determinam as bases teórico/metodológicas nesta pesquisa de pós-graduação. Entre eles o conceito de habitus. Sobre este conceito, procura-se entender como se estrutura a ação de indivíduos e grupos para daí apreender a construção de seu sistema simbólico.
Segundo ORTIZ (1983), BOURDIEU constrói este conceito na mediação entre o “objetivismo” de DURKHEIM e o “subjetivismo” de WEBER. Para ele, BOURDIEU define o habitus como um “conformador e orientador das ações”. Em sua teoria, ele resolve o impasse entre “objetivismo x subjetivismo” na medida que se utiliza destas duas correntes para definir seu conceito.
Em DURKHEIM (1978) encontramos a “estrutura social” como um conformador das ações dos indivíduos. Neste contexto, a sociedade aparece como uma fonte de coerção que define regras e normas às quais os indivíduos devem se orientar. Neste sentido, temos a idéia de “estrutura estruturada predispostas a funcionarem como estruturas estruturantes” na medida em que estas sugerem ao indivíduo ou ao grupo as formas, os sistemas e os símbolos pelos quais estes conformaram suas ações. Daqui BOURDIEU utiliza a objetividade presente em DURKHEIM (1978), mas também constrói suas críticas. Segundo ele, a ação não é empreendida conforme a obediência às regras, elas sim, podem oferecer a estrutura onde esta ocorrerá, mas não a define.
Para isso, BOURDIEU (1998) constrói a idéia de subjetividade presente em WEBER, na qual teríamos a escolha pelo sujeito de valores, normas e princípios sociais que orientam sua ação, porém não de forma racionalizada como em WEBER. Ele tenta, em seu estudo, pôr em evidência as capacidades criadoras e inventivas do homem a partir do momento que acredita que o indivíduo tem a liberdade de fazer escolhas, mesmo acreditando que estas escolhas são condicionadas pelo seu capital simbólico e pela estrutura social da qual participa.
Por Capital Simbólico se entende, resumidamente, todos os “conhecimentos/saberes” que o individuo socialmente adquiriu em sua história de vida e que, por sua vez, “estruturam” o sistema simbólico do qual opera em suas relações sociais. Vale ressaltar que há uma grande diferença entre o capital simbólico dos grupos envolvidos em projetos de Meio Ambiente e Educação Ambiental. Esta diferença acaba por afastar os grupos que não dominam certos códigos e se sentem excluídos da possibilidade do diálogo e da participação.
O que BOURDIEU deseja mostrar é que existe, tanto no sujeito, como no grupo, um “sistema de disposições duráveis” que compreende toda a formação que o indivíduo teve em sua história de vida, podendo ser interpretada pelo capital simbólico que adquiriu e pelo conhecimento de regras e normas sociais pelas quais procura conformar sua ação.
Voltando ao habitus, este seria então a união de um conjunto de “esquemas generativos”, que se formariam a partir dos conhecimentos adquiridos pelo indivíduo e “um haver” na medida em que este se conforma a determinadas estruturas internalizadas pelos indivíduos. Devemos atentar para o fato de que o habitus não é um conceito que visa entender e enquadrar somente a ação de indivíduos, mas também de grupos. O estudo do habitus de um indivíduo ou grupo permite uma análise sobre as práticas e as representações destes, na medida em que estas são objetivamente regulamentadas e reguladas. O habitus, por ser objetivamente regulamentado e regulado, ocasiona no sujeito, ou no grupo, a reprodução das relações objetivas na medida em que há uma internalização da objetividade – que se entende pelo conhecimento às regras – que ocorre de forma subjetiva – direcionada por escolhas de valores.
BOURDIEU (1998) sistematiza com este conceito uma forma de olhar como sujeitos e grupos orientam suas ações e como estas são definidas socialmente. Daqui se parte para o entendimento do habitus dos grupos alvo de projetos de Educação Ambiental para entender como ocorre o distanciamento na relação com outros sistemas simbólicos e qual a possibilidade de envolvimento e participação de grupos humanos em projetos de Educação Ambiental com um enfoque que privilegie o âmbito local.
Essa abordagem teórico/metodológica pode demonstrar, a partir de pesquisas prévias, o sucesso ou o fracasso de projetos/programas de Educação Ambiental à luz da relação entre grupos distintos e de seus sistemas simbólicos. Daí pode se perceber a distância entre os conhecimentos e as linguagens dos grupos envolvidos e analisar como a interação entre estes grupos se dá para alcançar também, como/qual seria o caminho mais eficiente para tornar programas deste tipo mais eficazes.
A partir da análise teórica destes conceitos, o que se espera é poder apontar para algumas premissas metodológicas que visam potencializar os resultados da prática de projetos de Educação Ambiental, bem como proporcionar uma maior participação de grupos nestes programas, garantindo, assim, sua sustentabilidade.
A hipótese inicial para esta pesquisa é de que a valoração dos saberes locais, das linguagens e do sistema simbólico dos grupos alvo de projetos/programas de Educação Ambiental, pode ser um caminho orientador destes projetos e potencializador dos resultados desejados. É com estes saberes e linguagens que os grupos alvo dos projetos se relacionam com o ambiente natural e socialmente, e sua valoração seria uma forma de atrair estes grupos para uma participação maior no escopo de projetos de cunho ambiental.
Outro caminho a ser trilhado nesta pesquisa se refere diretamente a necessidade de ser promovido no corpo dos projetos de conservação e educação ambiental, o aumento do capital simbólico dos grupos alvo destas iniciativas para que estes possam também “utilizar-se” de códigos e linguagens que lhes permitam participar simbólica e democraticamente das decisões sobre as intervenções no ambiente natural.
Metodologia
A metodologia que orienta esta pesquisa se baseia na observação participante, nos moldes da antropologia clássica, e na pesquisa-ação, através da avaliação e observação de um projeto de Educação Ambiental, que tem como objetivo estimular a realização de pequenos projetos pelos jovens da Brigada Mirim Ecológica da Ilha Grande – incluindo a continuação da edição do jornal Voz Nativa, desenvolvido por estes jovens – e entender/visualizar quais os saberes locais, códigos e linguagens que são utilizados por eles e que definem seu sistema simbólico.
A partir daí, a proposta é perceber, através de aulas expositivas sobre Educação Ambiental, como estes jovens recebem/internalizam novos “saberes científicos” e como estes saberes influem na sua ação e no seu discurso.
A edição do jornal Voz Nativa permite que seja feita também análise do conteúdo e do discurso destes jovens para entender/conhecer qual o capital simbólico sobre questões ambientais deste grupo de jovens e como eles utilizam seus saberes em suas práticas cotidianas.
A observação participante será seguida de entrevistas abertas semi-estruturadas e procurará fazer um levantamento das relações sociais locais, dos saberes desse grupo de jovens em relação à natureza bem como de todos os assuntos referentes às “questões ambientais” que são de interesse destes jovens. Enfim, a pesquisa irá de encontro aos Saberes Locais e ao habitus do grupo, procurando perceber a relação entre suas representações, conhecimentos de códigos e linguagens “ambientais” e de sua participação nos assuntos referentes ao ambiente local.
Conclusão
Não existe Educação Ambiental que não pretenda modificar o habitus e a percepção da relação do homem com a natureza. Esta prática educativa se apresenta como uma forma de “regularizar” esta relação para garantir uma sustentabilidade com qualidade de vida. No entanto, mudar os habitus e a percepção de grupos não é uma atividade que possa ignorar suas visões de mundo e suas relação socais locais.
Neste caso, o que se pretende estudar nesta pesquisa é como ocorre a participação em projetos de Educação Ambiental, e como os grupos envolvidos se apropriam dos conhecimentos abordados nestes programas e os utilizam em seu cotidiano. IRVING (2002) atenta para o fato da dificuldade da participação quando lidamos com a ineficiência da educação de base. Aqui ressaltamos a distância entre o capital simbólico de grupos locais, tradicionalmente excluídos dos processos de participação, e do quanto estes “conhecem” os códigos e linguagens necessárias à sua participação ativa nas decisões políticas locais.
O “conhecimento”, como ressalta IRVING (op. cit.), faz parte de um processo social que aproxima os indivíduos da participação. Sua valorização ocorre quando os indivíduos se apropriam deste conhecimento a partir de sua realidade. Este procedimento não apenas proporciona um aumento do capital simbólico dos grupos, mas de seu capital social e da possibilidade deste interagir com equidade nas decisões políticas locais.
(1) RANAURO, Marcio L. “Educação Ambiental pra que?”: discurso e prática ambiental dos jovens da Brigada Mirim Ecológica da Ilha Grande. Rio de Janeiro: Uerj/monografia de conclusão do curso de Ciências Sociais, 2002.
(2) Projeto inicialmente desenvolvido pela Oficina de Ensino e Pesquisa em Ciências Sociais da UERJ, que tem como apoio o NAI-Núcleo de Antropologia e Imagem, a Videoteca do CTE, a SR3 (Depext e Decult) e o CEADS-Centro de Estudos Ambientais e Desenvolvimento Sustentável da UERJ, além das entidades locais: Brigada Mirim Ecológica, Colégio Estadual e Escola Municipal Brigadeiro Nóbrega, Associação de Moradores do Abraão e IEF- Instituto Estadual de Florestas. Hoje este projeto faz parte também de uma pesquisa de Pós –Graduação do Programa EICOSEstudos Interdisciplinares de Comunidades e Ecologia Social do Instituto de Psicologia da UFRJ.
Bibliografia Citada
BOURDIEU, Pierre. O poder simbólico. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1998.
DURKHEIM, Emile. Emile DURKHEIM: Coleção Grandes Cientistas Sociais. São Paulo: Ática, 1978.
GEERTZ, Clifford. O saber local. Petrópolis: Vozes. 1997.
__________A interpretação das culturas. Rio de Janeiro: Zahar Editores, 1978.
IRVING, Marta de Azevedo e AZEVEDO, Julia. Participação – Questão central na sustentabilidade de projetos de desenvolvimento. In: Turismo: o desafio da sustentabilidade. São Paulo: Futura, 2002.
ORTIZ, R. (org.) BOURDIEU: Coleção Grandes Cientistas Sociais, nº 39. São Paulo: Ática, 1983.
PRADO, Rosane Manhães. “Quem entende do paraíso: Estudo sobre percepção e políticas ambientais num contexto de unidades de conservação“. Gramado: XXIII Reunião Brasileira de Antropologia, Fórum de Pesquisa: “Processos institucionais de administração de conflitos e produção de verdades no espaço público. Abordagens interdisciplinares em uma perspectiva comparada”, mimeo, 2002.
RANAURO, Marcio L. “Educação Ambiental pra que?”: discurso e prática ambiental dos jovens da Brigada Mirim Ecológica da Ilha Grande. Rio de Janeiro: Uerj/monografia de conclusão do curso de Ciências Sociais, 2002.
Autoras:
Universidade do Estado do Rio de Janeiro, 23-25 de setembro de 2004
p. 344 – 354
Introdução
Este trabalho se refere à continuação de uma pesquisa antropológica desenvolvida com os jovens da Brigada Mirim Ecológica da Ilha Grande – Ong local que trabalha com jovens “nativos” da Ilha em atividades ambientais – que tinha como objetivo inicial fazer uma análise da relação entre o discurso e a prática desses jovens em relação a meio ambiente e ecologia(1). Como forma de dar continuidade a esta análise, esta pesquisa está hoje sendo desenvolvida no Programa de Pós-Graduação EICOS – Estudos de Comunidades e Ecologia Social do Instituto de Psicologia da UFRJ, e tem como meta fazer, além de uma pesquisa de campo, um levantamento teórico sobre participação e empoderamento comunitário em projetos de meio ambiente à luz dos saberes locais, do capital simbólico e do capital social destas comunidades. Espera-se, a partir do trabalho de campo, definir pressupostos metodológicos que orientem as práticas de programas e projetos de meio ambiente e educação ambiental para sua potencialização, e que, por sua vez, proporcione uma maior participação local de grupos e comunidades em projetos de desenvolvimento sustentável.
O presente trabalho procura fazer uma reflexão da prática de Educação Ambiental, o que pode também ser entendida como uma análise da ética nas práticas educativas à luz da relação entre os saberes dos educadores com os saberes dos educandos. Pretende-se refletir sobre a relação “simbólica” entre a educação ambiental – de maneira geral – com os saberes locais sobre meio ambiente de comunidades e/ou grupos alvos de programas/projetos nesta área e avaliar a importância de se levar em consideração os saberes destes grupos e de seu sistema simbólico.
A Educação Ambiental tem sido percebida como “uma solução” para todos os males, sobretudo para os problemas ambientais e de qualidade de vida local. Desde as conferências mundiais, em especial a Conferência de Tbilisi, que delineou os princípios norteadores da Educação Ambiental, uma postura diretiva tem norteado os métodos educativos, sejam formais ou informais. Uma postura que pretende “levar” a grupos e comunidades os “saberes necessários” a uma prática ambientalmente correta para a relação do homem com a natureza. Essa percepção considera que os “saberes científicos” sobre a natureza e o meio ambiente devem ser “orientadores” da prática da educação ambiental, e mesmo da ética da relação do homem com a natureza.
No entanto, um fato tem contribuído para o distanciamento das relações entre educadores no escopo dos projetos de Educação Ambiental, e para a diminuição da participação dos atores envolvidos no que se refere às práticas ambientais mais próativas de empoderamento político local, que se expressa através da diferença entre sistemas simbólicos – entendidos através do estudo dos códigos, linguagens e saberes locais – que, por sua vez, são orientadores da visão de mundo e das ações dos atores envolvidos nas práticas educativas.
Com base numa observação antropológica desenvolvida sobre as atividades dos jovens da Brigada Mirim Ecológica da Ilha Grande e de sua relação com o projeto de Educação Ambiental “Ilha Jovem”(2), a presente proposta de pesquisa objetiva avaliar o sistema simbólico deste grupo de jovens e como sua “cultura”, em conjunto com o habitus do grupo, “orienta” as ações e práticas relativas à sua relação com o ambiente natural.
Espera-se, com esta pesquisa, analisar a relação entre os saberes locais com a questão ambiental e delinear caminhos e pressupostos metodológicos para projetos futuros com grupos e comunidades locais que potencializem a sua participação e valorize os seus saberes sobre o ambiente natural.
Acredita-se que a Educação Ambiental não deve ser colocada como um instrumento de “enquadramento” da ação sobre o meio ambiente, nem mesmo deve ser vista apenas como um “democratizador” de informações ambientais. A Educação Ambiental pode mais e, partindo do resgate dos saberes locais, pode ir além da reificação estética da natureza e proporcionar verdadeiros espaços de trocas de saberes, em que grupos e comunidades passam a se colocar como atores ativos no espaço territorial que ocupam e dentro das relações sociais da qual fazem parte.
Referencial Teórico
Nem sempre os caminhos percorridos pela Educação Ambiental no Brasil levam em conta as relações dos saberes locais com a natureza, e as características da região onde vivem os grupos envolvidos. Uma proposta nesses moldes costuma privilegiar o saber científico e a visão alarmista dos movimentos ambientalistas em geral, o que acaba por não inserir em suas práticas os problemas e realidades ambientais locais, bem como o “perceber a natureza” dos atores envolvidos nestes programas.
Muito se fala, também, sobre a diversidade cultural brasileira, mas pouco se sabe, de fato, o que representa essa diversidade na “leitura” da natureza. Neste contexto, entender/analisar as formas de apreensão cultural da natureza, em grupos humanos distintos, é entender como estas definem suas ações e até mesmo como elas irão “receber” novas informações e conhecimentos sobre “ecologia e meio ambiente”. Assim, o estudo sobre o sistema simbólico de grupos humanos pode nos apontar para “o como” estes valoram e conhecem o ambiente local, o que acaba por determinar/apontar o sentido de sua ação, e mesmo de sua interação com outros grupos.
O estudo dos Sistemas Simbólicos seria o estudo da maneira como grupos e comunidades estruturam “simbolicamente” seus saberes sobre o ambiente local e como encadeiam, de forma lógica, os fatos, os entendimentos e suas experiências sobre a natureza, o que, por sua vez, aponta para como estes grupos se percebem/entendem e se relacionam com o mundo à sua volta. Em resumo, seria como os indivíduos – participantes de grupos – esquematizam seu entendimento de mundo, relacionando fatos numa cadeia lógica baseada nas suas vivências e experiências.
Um “percurso” pelo país, ou mesmo pelo Rio de Janeiro, pode ilustrar milhões de formas de organização social, costumes, hábitos, festas, formas de relacionamento com a política, com a economia, modos de valorar a vida e a natureza. As comunidades locais se desenvolvem com histórias próprias e criam laços simbólicos com o mundo que as cerca, seja esse mundo físico (natureza) ou simbólico (cultura). Esses laços definem suas formas de agir, e é com os seus saberes constituídos que elas se relacionam com o mundo. Nesse sentido, reconhecer as identidades locais, o ambiente natural, sua inserção no espaço e os sistemas simbólicos que estão em jogo é o que permite fazer uma análise das formas de relacionamento, de modo a propor projetos participativos que possam garantir a sustentabilidade dos ecossistemas e a qualidade de vida das populações sem ferir o seu senso ético, nem ignorar os seus saberes.
Essa reflexão não se restringe somente às comunidades num sentido estrito. É possível pensar também em diversidades culturais quando se trata de grupos, o que pode aprofundar a análise quando se considera que toda “comunidade” é composta por uma diversidade de “grupos”. Dessa forma, se multiplicam as diversidades culturais e se abre um mundo de observação da relação dos homens entre si e com a natureza.
Vale ressaltar ainda que a proposta é de ver uma comunidade além de seu espaço territorial delimitado, de sua administração e de suas características ambientais e culturais, é importante observar o espaço das relações sociais marcado por identidades, conflitos entre grupos, disputas simbólicas, habitus e costumes próprios de seus grupos. No caso da Ilha Grande, cada praia tem uma história, uma marca de identidade que carrega em si modos de vida, códigos e maneiras próprias de valorar a natureza e se relacionar com ela. Se a “questão ambiental” pode aparecer como a grande questão da Ilha, de outro lado, a forma de relação das comunidades locais com a natureza, seus valores e tradições vão desaparecendo num cenário de turismo e especulação imobiliária, no qual o paraíso é reificado tornando-se objeto de uma disputa – entre diferentes segmentos da população, órgãos públicos e entidades diversas da sociedade civil, para marcar “quem entende do paraíso?” (PRADO, 2002).
Como observado, o estudo dos saberes locais, seus sistemas simbólicos e das relações sociais, pode mostrar como grupos e comunidades se relacionam com os temas abordados pela educação ambiental, em escala local. GEERTZ, em seu livro O saber local (1997), ressalta a necessidade de se focar os estudos antropológicos em escala local, sem grandes generalizações de temas e teorias. Em sua abordagem, ele demonstra que os estudos sobre a linguagem podem demonstrar como está construído o senso comum e o quanto ele pode apresentar as culturas destas comunidades. A proposta de se estudar as culturas e o sistema simbólico de grupos distintos em uma comunidade é de tentar entender como estes constroem suas visões de mundo e estruturam sua ação a partir das relações locais.
Em BOURDIEU (1998), encontra-se também o desenvolvimento de temas que definem sua teoria da ação e que determinam as bases teórico/metodológicas nesta pesquisa de pós-graduação. Entre eles o conceito de habitus. Sobre este conceito, procura-se entender como se estrutura a ação de indivíduos e grupos para daí apreender a construção de seu sistema simbólico.
Segundo ORTIZ (1983), BOURDIEU constrói este conceito na mediação entre o “objetivismo” de DURKHEIM e o “subjetivismo” de WEBER. Para ele, BOURDIEU define o habitus como um “conformador e orientador das ações”. Em sua teoria, ele resolve o impasse entre “objetivismo x subjetivismo” na medida que se utiliza destas duas correntes para definir seu conceito.
Em DURKHEIM (1978) encontramos a “estrutura social” como um conformador das ações dos indivíduos. Neste contexto, a sociedade aparece como uma fonte de coerção que define regras e normas às quais os indivíduos devem se orientar. Neste sentido, temos a idéia de “estrutura estruturada predispostas a funcionarem como estruturas estruturantes” na medida em que estas sugerem ao indivíduo ou ao grupo as formas, os sistemas e os símbolos pelos quais estes conformaram suas ações. Daqui BOURDIEU utiliza a objetividade presente em DURKHEIM (1978), mas também constrói suas críticas. Segundo ele, a ação não é empreendida conforme a obediência às regras, elas sim, podem oferecer a estrutura onde esta ocorrerá, mas não a define.
Para isso, BOURDIEU (1998) constrói a idéia de subjetividade presente em WEBER, na qual teríamos a escolha pelo sujeito de valores, normas e princípios sociais que orientam sua ação, porém não de forma racionalizada como em WEBER. Ele tenta, em seu estudo, pôr em evidência as capacidades criadoras e inventivas do homem a partir do momento que acredita que o indivíduo tem a liberdade de fazer escolhas, mesmo acreditando que estas escolhas são condicionadas pelo seu capital simbólico e pela estrutura social da qual participa.
Por Capital Simbólico se entende, resumidamente, todos os “conhecimentos/saberes” que o individuo socialmente adquiriu em sua história de vida e que, por sua vez, “estruturam” o sistema simbólico do qual opera em suas relações sociais. Vale ressaltar que há uma grande diferença entre o capital simbólico dos grupos envolvidos em projetos de Meio Ambiente e Educação Ambiental. Esta diferença acaba por afastar os grupos que não dominam certos códigos e se sentem excluídos da possibilidade do diálogo e da participação.
O que BOURDIEU deseja mostrar é que existe, tanto no sujeito, como no grupo, um “sistema de disposições duráveis” que compreende toda a formação que o indivíduo teve em sua história de vida, podendo ser interpretada pelo capital simbólico que adquiriu e pelo conhecimento de regras e normas sociais pelas quais procura conformar sua ação.
Voltando ao habitus, este seria então a união de um conjunto de “esquemas generativos”, que se formariam a partir dos conhecimentos adquiridos pelo indivíduo e “um haver” na medida em que este se conforma a determinadas estruturas internalizadas pelos indivíduos. Devemos atentar para o fato de que o habitus não é um conceito que visa entender e enquadrar somente a ação de indivíduos, mas também de grupos. O estudo do habitus de um indivíduo ou grupo permite uma análise sobre as práticas e as representações destes, na medida em que estas são objetivamente regulamentadas e reguladas. O habitus, por ser objetivamente regulamentado e regulado, ocasiona no sujeito, ou no grupo, a reprodução das relações objetivas na medida em que há uma internalização da objetividade – que se entende pelo conhecimento às regras – que ocorre de forma subjetiva – direcionada por escolhas de valores.
BOURDIEU (1998) sistematiza com este conceito uma forma de olhar como sujeitos e grupos orientam suas ações e como estas são definidas socialmente. Daqui se parte para o entendimento do habitus dos grupos alvo de projetos de Educação Ambiental para entender como ocorre o distanciamento na relação com outros sistemas simbólicos e qual a possibilidade de envolvimento e participação de grupos humanos em projetos de Educação Ambiental com um enfoque que privilegie o âmbito local.
Essa abordagem teórico/metodológica pode demonstrar, a partir de pesquisas prévias, o sucesso ou o fracasso de projetos/programas de Educação Ambiental à luz da relação entre grupos distintos e de seus sistemas simbólicos. Daí pode se perceber a distância entre os conhecimentos e as linguagens dos grupos envolvidos e analisar como a interação entre estes grupos se dá para alcançar também, como/qual seria o caminho mais eficiente para tornar programas deste tipo mais eficazes.
A partir da análise teórica destes conceitos, o que se espera é poder apontar para algumas premissas metodológicas que visam potencializar os resultados da prática de projetos de Educação Ambiental, bem como proporcionar uma maior participação de grupos nestes programas, garantindo, assim, sua sustentabilidade.
A hipótese inicial para esta pesquisa é de que a valoração dos saberes locais, das linguagens e do sistema simbólico dos grupos alvo de projetos/programas de Educação Ambiental, pode ser um caminho orientador destes projetos e potencializador dos resultados desejados. É com estes saberes e linguagens que os grupos alvo dos projetos se relacionam com o ambiente natural e socialmente, e sua valoração seria uma forma de atrair estes grupos para uma participação maior no escopo de projetos de cunho ambiental.
Outro caminho a ser trilhado nesta pesquisa se refere diretamente a necessidade de ser promovido no corpo dos projetos de conservação e educação ambiental, o aumento do capital simbólico dos grupos alvo destas iniciativas para que estes possam também “utilizar-se” de códigos e linguagens que lhes permitam participar simbólica e democraticamente das decisões sobre as intervenções no ambiente natural.
Metodologia
A metodologia que orienta esta pesquisa se baseia na observação participante, nos moldes da antropologia clássica, e na pesquisa-ação, através da avaliação e observação de um projeto de Educação Ambiental, que tem como objetivo estimular a realização de pequenos projetos pelos jovens da Brigada Mirim Ecológica da Ilha Grande – incluindo a continuação da edição do jornal Voz Nativa, desenvolvido por estes jovens – e entender/visualizar quais os saberes locais, códigos e linguagens que são utilizados por eles e que definem seu sistema simbólico.
A partir daí, a proposta é perceber, através de aulas expositivas sobre Educação Ambiental, como estes jovens recebem/internalizam novos “saberes científicos” e como estes saberes influem na sua ação e no seu discurso.
A edição do jornal Voz Nativa permite que seja feita também análise do conteúdo e do discurso destes jovens para entender/conhecer qual o capital simbólico sobre questões ambientais deste grupo de jovens e como eles utilizam seus saberes em suas práticas cotidianas.
A observação participante será seguida de entrevistas abertas semi-estruturadas e procurará fazer um levantamento das relações sociais locais, dos saberes desse grupo de jovens em relação à natureza bem como de todos os assuntos referentes às “questões ambientais” que são de interesse destes jovens. Enfim, a pesquisa irá de encontro aos Saberes Locais e ao habitus do grupo, procurando perceber a relação entre suas representações, conhecimentos de códigos e linguagens “ambientais” e de sua participação nos assuntos referentes ao ambiente local.
Conclusão
Não existe Educação Ambiental que não pretenda modificar o habitus e a percepção da relação do homem com a natureza. Esta prática educativa se apresenta como uma forma de “regularizar” esta relação para garantir uma sustentabilidade com qualidade de vida. No entanto, mudar os habitus e a percepção de grupos não é uma atividade que possa ignorar suas visões de mundo e suas relação socais locais.
Neste caso, o que se pretende estudar nesta pesquisa é como ocorre a participação em projetos de Educação Ambiental, e como os grupos envolvidos se apropriam dos conhecimentos abordados nestes programas e os utilizam em seu cotidiano. IRVING (2002) atenta para o fato da dificuldade da participação quando lidamos com a ineficiência da educação de base. Aqui ressaltamos a distância entre o capital simbólico de grupos locais, tradicionalmente excluídos dos processos de participação, e do quanto estes “conhecem” os códigos e linguagens necessárias à sua participação ativa nas decisões políticas locais.
O “conhecimento”, como ressalta IRVING (op. cit.), faz parte de um processo social que aproxima os indivíduos da participação. Sua valorização ocorre quando os indivíduos se apropriam deste conhecimento a partir de sua realidade. Este procedimento não apenas proporciona um aumento do capital simbólico dos grupos, mas de seu capital social e da possibilidade deste interagir com equidade nas decisões políticas locais.
(1) RANAURO, Marcio L. “Educação Ambiental pra que?”: discurso e prática ambiental dos jovens da Brigada Mirim Ecológica da Ilha Grande. Rio de Janeiro: Uerj/monografia de conclusão do curso de Ciências Sociais, 2002.
(2) Projeto inicialmente desenvolvido pela Oficina de Ensino e Pesquisa em Ciências Sociais da UERJ, que tem como apoio o NAI-Núcleo de Antropologia e Imagem, a Videoteca do CTE, a SR3 (Depext e Decult) e o CEADS-Centro de Estudos Ambientais e Desenvolvimento Sustentável da UERJ, além das entidades locais: Brigada Mirim Ecológica, Colégio Estadual e Escola Municipal Brigadeiro Nóbrega, Associação de Moradores do Abraão e IEF- Instituto Estadual de Florestas. Hoje este projeto faz parte também de uma pesquisa de Pós –Graduação do Programa EICOSEstudos Interdisciplinares de Comunidades e Ecologia Social do Instituto de Psicologia da UFRJ.
Bibliografia Citada
BOURDIEU, Pierre. O poder simbólico. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1998.
DURKHEIM, Emile. Emile DURKHEIM: Coleção Grandes Cientistas Sociais. São Paulo: Ática, 1978.
GEERTZ, Clifford. O saber local. Petrópolis: Vozes. 1997.
__________A interpretação das culturas. Rio de Janeiro: Zahar Editores, 1978.
IRVING, Marta de Azevedo e AZEVEDO, Julia. Participação – Questão central na sustentabilidade de projetos de desenvolvimento. In: Turismo: o desafio da sustentabilidade. São Paulo: Futura, 2002.
ORTIZ, R. (org.) BOURDIEU: Coleção Grandes Cientistas Sociais, nº 39. São Paulo: Ática, 1983.
PRADO, Rosane Manhães. “Quem entende do paraíso: Estudo sobre percepção e políticas ambientais num contexto de unidades de conservação“. Gramado: XXIII Reunião Brasileira de Antropologia, Fórum de Pesquisa: “Processos institucionais de administração de conflitos e produção de verdades no espaço público. Abordagens interdisciplinares em uma perspectiva comparada”, mimeo, 2002.
RANAURO, Marcio L. “Educação Ambiental pra que?”: discurso e prática ambiental dos jovens da Brigada Mirim Ecológica da Ilha Grande. Rio de Janeiro: Uerj/monografia de conclusão do curso de Ciências Sociais, 2002.
Autoras:
- Marcio Lima Ranauro
Estr. do Mendanha, 7558 – Campo Grande/RJ – CEP:23097-004
- Marta de Azevedo Irving
- Ruth Machado Barbosa
UFRJ – Universidade Federal do Rio de Janeiro
EICOS – Estudos Interdisciplinares de Comunidades e Ecologia Social
Instituto de Psicologia da UFRJ
Av. Pasteur 250 fundos – Praia Vermelha/RJ – CEP: 22290-240
Tel.: (21) 2295-3208 ramais 139 e 125 Telefax: (21)2295-3481
Universidade do Estado do Rio de Janeiro, 23-25 de setembro de 2004
p. 344 – 354
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